terça-feira, 13 de outubro de 2009

Zelaya admite não voltar ao poder em Honduras

Apoiadores de Zelaya protestam nas ruas de Tegucigalpa nesta terça-feira (13), dia em que o presidente deposto já cogita a possibilidade de não voltar ao cargo.
O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, declarou nesta terça-feira (13) que os responsáveis pelo golpe que o tirou do poder devem ser entregues à justiça internacional pelo novo governo, que deve ser formado depois das eleições do dia 29 de novembro. É a primeira vez que Zelaya falou na possibilidade de não retornar ao poder como presidente e de planos posteriores às eleições.
A eleição é a aposta do governo de fato de Roberto Micheletti para solucionar a crise iniciada com o golpe de Estado. Zelaya disse:
- Os golpistas devem ser entregues aos tribunais de justiça internacional, à Corte Penal, tanto militares quanto civis. Essa será a condição estabelecida depois das eleições, se não me restituírem antes.
Zelaya estimou que as hipóteses discutidas na mesa de negociações podem tornar "factível que a paz e a tranquilidade retornem a Honduras". As discussões foram retomadas hoje em um hotel de Tegucigalpa, sob coordenação da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Os participantes do diálogo abordaram o ponto nevrálgico do impasse - a restituição de Zelaya - em meio às propostas apresentadas pelo mediador do conflito, o presidente da Costa Rica e prêmio Nobel da Paz Oscar Arias.
Mais cedo, Zelaya anunciou a substituição de um de seus três negociadores no diálogo com o governo de fato.
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Sai Juan Barahona, de 55 anos, e entra em seu lugar o advogado Rodil Rivera, no momento em que começa uma rodada decisiva de conversações que buscam uma saída para a crise aberta pelo golpe de Estado de 28 de junho.
Rivera se somará à equipe de Zelaya integrada por seus ministros da Casa Civil e Trabalho, Víctor Meza e Mayra Mejía, respectivamente.
Barahona é um dos coordenadores da Frente de Resistência contra o Golpe de Estado, que realiza diariamente manifestações para exigir a volta de Zelaya e a convocação de uma Assembleia que reforme a Constituição, por considerar que a Carta atual serve aos “interesses da oligarquia".
A questão detenou, precisamente, o golpe de Estado contra Zelaya, derrubado por tentar promover uma consulta popular destinada à convocação de uma Constituinte, considerada ilegal pelo Congresso, pela Corte Suprema de Justiça, o Ministério Público e demais instituições do Estado.
Barahona insiste em que só a volta ao poder de Zelaya, refugiado na embaixada do Brasil em Honduras, há três semanas, legitimaria as eleições previstas para 29 de novembro no país, até agora não avalizadas pela comunidade internacional.

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