quarta-feira, 5 de novembro de 2008

AS DUAS FACES DE OBAMA

BARACK OBAMA É QUENIANO, FILHO DE MÃE AMERICANA, PAI QUENIANO E ENTEADO DE PADRASTRO INDONÉSIO. PESSOALMENTE, PENSO SER MUITO ESTRANHO QUE A CONSTITUIÇÃO NORTE-AMERICANA, PROIBITIVA PARA ADMISSÃO DE CIDADÃOS NÃO NASCIDOS NOS EUA E/OU QUE NÃO TENHAM CIDADANIA NORTE-AMERICANA NO CARGO PRESIDENTE O RECEBA COM POMPA E CIRCUNSTÂNCIA.

/De todo modo, é apenas uma opinião pessoal sujeita à evolução a partir de fatos.

Sandra Paulino

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As duas faces de Obama
David Brooks *
Deus do céu, os republicanos são insensatos. Eles acham que estão competindo contra algum socialista acadêmico que não usa a bandeira americana na lapela, cuja esposa não se orgulha dos EUA e cujo pastor condenou seu próprio país. Eles acham que estão competindo contra algum ingênuo universitário sonhador.
Acompanhe as últimas notícias sobre as eleições presidenciais nos EUAComo as últimas semanas mostraram, porém, Barack Obama é hoje o político que mais reflete a personalidade dividida do país. De um lado, Barack, o orador de nobres sentimentos, que ano passado impressionou a atriz Scarlett Johansson e sente a violenta urgência do agora. Do outro lado, está Obama, o sujeito que não cumpre as promessas, o frio político de Chicago que jogaria qualquer um debaixo de um caminhão por alguns votos. Essa é a imagem completa do sujeito de Chicago: um socialista idealista, típico da região, que se defronta com o operário grosseiro. É o único político do nosso tempo subestimado por ser excessivamente inteligente. Fala de uma maneira tão calma, tão polissilábica, que as pessoas não conseguem apreciar a ambição maquiavélica que está dentro dele. Mas ele também está nos educando, educando quem se der ao trabalho de prestar atenção. Quando estava no Senado do Estado de Illinois, Obama poderia ter assumido posições em questões politicamente desconfortáveis, mas votou "presente" apenas 130 vezes. De tempos em tempos, jogou seu poder embaixo do caminhão. Barack disse que não poderia renegar seu ex-pastor Jeremiah Wright, assim como não renegaria sua avó. Quando os custos políticos de Wright subiram vertiginosamente, Obama empurrou o reverendo para debaixo do caminhão. Barack poderia ter trabalhado como burro de carga no Senado, mas os candidatos nas primárias não se envolvem em votações problemáticas. Então, Obama empurrou as obrigações do burro de carga para debaixo do caminhão. Barack poderia ter modificado o modo como funcionam as campanhas presidenciais. John McCain propôs uma série de reuniões em prefeituras em todo o país. Candidatos favoritos, porém, não aceitam debates abertos, sem roteiro prévio. Obama jogou a nova política para debaixo do caminhão. E então, na quinta-feira passada, ele teve seu momento maior. Obama trabalhou na reforma política mais do que em qualquer outro item. Depois de passar grande parte de sua carreira falando em quanto ele acredita em financiamentos públicos para campanhas, atirou os fundos federais para debaixo do caminhão. Obama não só liquidou a causa fundamental de sua vida, como fez isso com estilo. Fez por meio de um vídeo tão risivelmente insincero que teria deixado Lee Atwater (consultor político e estrategista do Partido Republicano, já falecido) pasmo. Obama culpou as organizações "527" - grupos isentos de impostos, que podem receber contribuições ilimitadas e são usados para atacar os adversários -, afirmando que as doações de particulares são, na realidade, financiamentos públicos. Fez cálculos políticos impiedosos se parecerem com os últimos passos de Madre Teresa rumo à santidade. A mídia e os ativistas não se importaram - estavam interessados na reforma do sistema de financiamento das campanhas somente quando os republicanos tinham mais dinheiro. Enquanto isso, o dinheiro de Obama é eterno. Ele tem um exército de pequenos doadores e uma falange de grandes doadores, entre eles , Kenneth Griffin, do Citadel Investment Group, Kirk Wager, advogado criminal da Flórida, James Crown, diretor da General Dynamics, e Neil Bluhm, incorporador de hotéis, escritórios e cassinos. Devo admitir que me sinto um tanto ambivalente observando tudo isso. Por um lado, Obama vendeu a causa fundamental de sua vida profissional e tudo por uma minúscula vantagem política. Se vendeu isto, o que ele não venderá? Por outro lado, as questões internacionais não são coisa pequena. Se tivermos um presidente que se colocará frente a frente com Vladimir Putin, talvez seja melhor que ele tenha dentro dele um oportunista. O que sei com certeza é que esse sujeito não tem a menor inclinação liberal. Os republicanos continuam chamando-o de ingênuo. Mas ingênuo é a última palavra que eu usaria para definir Obama. Ele é a criatura mais eficientemente política que vimos nas últimas décadas. Nem Bill Clinton foi suficientemente esperto para ter sucesso na política fingindo renunciar à política. *David Brooks escreveu este artigo para ?The New York Times?

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