domingo, 13 de setembro de 2015

CASO RICHTHOFEN - DERSA/RODOANEL - CORRUPÇÃO E DESVIO DE VERBA PÚBLICA


O engenheiro civil MANFRED ALBERT VON RICHTHOFEN, assassinado no dia 31 de outubro de 2002, junto com a esposa MARÍSIA VON RICHTHOFEN, ainda é personagem central no crime de grande repercussão na capital paulista, que envolveu diretamente a filha do casal.

SUZANE LOUISE VON RICHTHOFEN, dali a 3 dias faria 19 anos, com festa para os amigos, na casa de campo da família, antes de ser descoberta, com o namorado e o irmão deste, na condição de mentora e assassinos. 

Breve definição do mau caráter publicada nesse blog, tratou de situar esse traço do comportamento humano, entre outras nuances, no aprendizado familiar, diante da ausência do ensino de valores morais, além do uso/abuso do poder social contra os mais fracos na escola, contra animais e pessoas de igual fragilidade fisica, emocional ou intelectual.

O aperfeiçoamento diário dos desvios podem ser notados em mentiras, explorações, pequenos furtos, corrupção e muito, muito desejo de grandeza, megalomania, porque um mau caráter não sonha pequeno, ele sonha grande, enorme, sempre em prejuízo de terceiros. Analisando o aprendizado familiar, pode-se encontrar um "projeto de poder" detalhado do mau-caráter e como age: é revestido de delicadeza onde se escondem ganância, ardís da gentileza e afabilidade, além da simpatia constantes, só reagindo e aceitando o enfrentamento se for contrariado e tiver algo a perder. A baixa-estima é encoberta com visibilidade elogiosa que se esconde na falsa modéstia, praticando atos beneméritos só para inflar o ego, obtendo mais aplausos. Porém, sutil, manipulador, falso, fingido e incapaz de sentir solidariedade ou de praticar atos de benemerência, consegue inflar seu ego, onde a vaidade é item exponencial, ainda que nada exista para se orgulhar, se jactar, se envaidecer, contrastando com a covardia que permeia sua vida em vista do risco de ser desmascarado em seu grupo social.

Afinal, onde e com quem Suzane, estudante do curso de Direito na Universidade Católica de São Paulo, teria aprendido esses desvios? A mentora do crime daria algumas pistas nos meses seguintes, sobre o real interesse nessas mortes, embora sempre tenha justificado que a proibição do namoro pelos pais, fosse o ponto de discórdia com os pais.


Caso Rodoanel - trecho oeste 

(caso Suzane Von Richtofen)


• O Rodoanel - trecho oeste - deveria custar R$ 339 milhões, mas consumiu mais de
 R$ 1 bilhão em obras e indenizações por desapropriação. Um aumento dos custos de mais de 70% em relação ao valor original.
• Manfred Von Richtofen, assassinado pela filha Suzane Von Richtofen e pelos irmãos Cravinhos, era diretor do dersa e um dos responsáveis principais pela obra do Rodoanel.
• O Ministério Público Estadual e Federal investigam a possibilidade de existirem contas de Manfred no exterior com recursos oriundos do superfaturamento do Rodoanel.
• As motivações do assassinato de Manfred, até aqui divulgadas, seriam apenas por motivo banal, mas o acesso aos recursos destas contas no exterior poderiam representar o real motivo deste caso. 
• Mais ainda, causa estranheza o fato do procurador da Dersa e maior amigo de Manfred, o sr. Denivaldo Barni Jr., atuar como advogado de defesa de Suzane e tutor da mesma. Mais ainda, cabe lembrar que Suzane recebeu defesa jurídica por uma equipe grande de advogados, pagos por Barni.




2006-MP apura conta de Suzane von Richthofen na Suíça


http://noticias.terra.com.br/.../0,,OI1199949-EI6792,00.html





Em 2014, doze anos depois, Denivaldo Barni, também projetado nacionalmente na época do crime ao se asssumir como advogado e tutor de Suzane, hoje com 30 anos de idade, minimizando o episódio, discordando do recurso do MP contra a soltura de sua tutelada, disse: 

Estranhamente, quando defendiam a soltura de Suzane, Denivaldo Barni e o filho Denivaldo Barni Junior, foram destituídos do patrocínio pela própria cliente.

Denivaldo, junto com outro advogado, MARIO DE OLIVEIRA FILHO, ficaram conhecidos depois que uma emissora de TV pouco antes de entrevistar Suzane, deixou aberto um dos microfones do equipamento e gravou orientações não exatamente éticas passadas pelos profissionais.


O caso teve repercussão tamanha que o presidente da OAB nacional se obrigou à manifestação pública:


Advogado de Suzane feriu ética, diz OAB

Publicado por Expresso da Notícia (extraído pelo JusBrasil) - 8 anos atrás

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, afirmou que o comportamento dos advogados de Suzane Richthofen, exibido pela TV Globo - instruindo sua cliente a mentir durante uma entrevista ao programa Fantástico - “contraria os princípios éticos da advocacia”. Busato fez esta afirmação ao ser indagado por jornalistas sobre a suposta falta ética e as conseqüências disciplinares para os advogados de Suzane, acusada de planejar e participar do assassinato dos seus pais, Marísia e Manfredo von Richthofen. Ele observou que o Conselho Federal da OAB tem sido implacável em questões de falta ética, tendo punido ano passado 90% dos casos que lhe foram denunciados.
Contudo, Busanto ressalvou que cabe à Seccional da entidade onde está inscrito o advogados faltosos aferir e punir a falta, cabendo ao Conselho Federal da OAB intervir apenas em grau de recurso.No dia 10 de abril, após a repercussão da entrevista nos principais meios de comunicação, aseccional paulista da OAB divulgou nota informando que determinou a "instauração de Sindicância para apurar a participação dos advogados nos fatos" (leia abaixo).
“A advocacia é estribada em rígidas regras éticas e morais e não se pode admitir nenhum tipo de procedimento que não esteja em conformidade com aqueles dispostos na ética; o advogado deve ser absolutamente leal dentro de suas relações com o processo, com as partes e com seu cliente”, sustentou o presidente nacional da OAB, para fundamentar sua opinião de que as cenas mostradas pelo programa Fantástico “afrontam preceitos éticos que norteiam a advocacia”.
Leia, abaixo, a íntegra da nota da OAB de São Paulo:
"NOTA PÚBLICA
1) A Secção Paulista da Ordem dos Advogados do Brasil ao tomar conhecimento da entrevista de Suzane Von Richthofen ao programa “Fantástico”, no último domingo (9/4), e diante da grande repercussão da mesma junto à sociedade e à advocacia – determinou a instauração de Sindicância para apurar a participação dos advogados nos fatos;
2) A OAB SP está oficiando à Rede Globo de Televisão, solicitando cópia integral da reportagem para instruir o procedimento;
3) Após, realizará oitiva dos advogados e emitirá, oficialmente, juízo de valor sobre o episódio;
4) A presente apuração, como de praxe, tem como balizamento o Código de Ética e Disciplina da OAB , que fixa a conduta ética e disciplinar dos advogados no exercício profissional.
São Paulo, 10 de abril de 2006
Luiz Flávio Borges D´Urso
Presidente da OAB SP"



SUZANE RICHTHOFEN ABANDONA SEUS ADVOGADOS



O crime dos Richthofen ganhou novas repercussões quando Suzane, mesmo tendo direito ao regime prisional semi-aberto, resolveu permanecer no presídio. Faz um ano que a Folha de São Paulo noticiou:



Os advogados, Barni, mesmo diante de todos os anos de intensa dedicação, foram descartados por Suzane:





O QUE TERIA MOTIVADO A DESTITUIÇÃO DOS ADVOGADOS?


Sabe-se desde o crime, que na esteira da corrupção dos agentes públicos paulistas, especialmente aqueles ligados às construtoras, uma quantia milionária estaria guardada pelo pai de Suzane em contas fora do país.  



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DESDE O CRIME SUBSISTE O CASO DAS CONTAS NUMERADAS


Quinta, 19 de outubro de 2006, 07h13 
MP apura conta de Suzane von Richthofen na Suíça

O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público Estadual (MPE) vão investigar se Suzane von Richthofen e o pai, Manfred, são os titulares de duas contas correntes no Discount Bank and Trust Company (DBTC), hoje Union Bancaire Privée, em Lugano, Suíça, para onde pode ter sido remetido dinheiro supostamente desviado de obras do Trecho Oeste do Rodoanel Mário Covas. Suzane foi condenada em julho pela morte de Manfred e da mãe, Marísia, ocorridas em 2002.O advogado Denivaldo Barni Júnior, procurador da Companhia de Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), responsável pelo Rodoanel, era amigo de Manfred e foi tutor de Suzane. 
Ele será ouvido pelo promotor do MPE Eduardo Rheingantz no próximo dia 27. Não se sabe se as contas número 15.616 e 15.6161, abertas em 1998 no DBTC, pertencem respectivamente a Manfred e a Suzane.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, as contas já haviam sido descobertas pela CPI do Banestado em 2003, mas a titularidade ainda não foi comprovada. A Promotoria de Justiça e Cidadania do MPE, que investiga suspeitas de enriquecimento ilícito e improbidade administrativa de Manfred, ex-diretor de Engenharia da Dersa. 
Ele a mulher Marísia foram assassinados em 30 de outubro de 2002 pelos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, a mando da filha, Suzane.
A construção do Trecho Oeste do Rodoanel estava orçada em R$ 339 milhões, mas consumiu mais de R$ 1 bilhão entre obras e indenizações por desapropriações. Aditamentos elevaram os custos para cerca de R$ 575,8 milhões, 70% a mais do que o valor inicial. 


24/10/2006 - 09h40m - Atualizado em 24/10/2006 - 11h17m Agência Estado

'INCONFORMADO', TUTOR DE SUZANE DEPÕE NA 6ª SOBRE CONTA NA SUÍÇA

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Foto: Agência Estado
Suzane, algemada após condenação por ter participado da morte dos próprios pais
O advogado Denivaldo Barni, ex-tutor, defensor de Suzane von Richthofen e procurador da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), disse estar "inconformado com as insinuações lançadas contra sua pessoa", que o envolvem em supostas contas da família da jovem na Suíça.
Ele será ouvido na próxima sexta-feira (27) pelo Ministério Publico Estadual (MPE) em ação que investiga denúncia sobre existência de duas contas em nome de Manfred, Marísia e Suzane von Richthofen no Discount Bank and Trust Company (DBTC), hoje Union Bancaire Privee. Há suspeita de que o dinheiro dessas contas tenha sido desviado de obras do Rodoanel Mario Covas.
O Ministério Público Federal abriu duas investigações, uma criminal e outra civil, de improbidade administrativa. Barni considerou "injustas e ilegais" as acusações de que faz a defesa de Suzane por estar interessado no inventário da família Richthofen.
O promotor da Cidadania Eduardo Reingantz vai ouvir também os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos de Paula e Silva sobre as supostas contas que a família Richthofen manteria no exterior, e pretende colher novamente o depoimento de Suzane von Richthofen. O Ministério Público investiga um suposto enriquecimento ilícito de Manfred, pai de Suzane, assassinado junto da mulher, Marísia, em 30 de outubro de 2002.
Suzane, Daniel e Cristian foram condenados em julho deste ano pela morte dos pais dela. Eles morreram a golpes de pauladas enquanto dormiam na mansão do casal. Suzane e o namorado, Daniel, receberam pena de 39 anos e meio de prisão, um ano a mais que Cristian.
Barni disse que já entrou em contato com o promotor Eduardo Rheingantz, que tentava notificá-lo sobre a audiência de sexta-feira, na Promotoria de Justiça e Cidadania. "Ele disse que já se declarava intimado, uma vez que soube da data do depoimento pela imprensa", explicou na segunda-feira (23) o promotor.
Há também pedido de explicação feito por Barni junto ao Tribunal de Justiça (TJ) contra os promotores Roberto Tardelli e Nadir de Campos Junior. Ele afirmou que ambos teriam extrapolado suas funções ao comentar em evento do Ministério Público as investigações sobre as contas na Suíça e teriam envolvido seu nome no caso indevidamente.

Caso Rodoanel – trecho oeste


• O trecho oeste foi orçado inicialmente em R$ 339 milhões, preço este dado pelo consórcio Queiroz Galvão/Constran, vencedor da licitação em setembro de 1998.

• Com os vários aditivos contratuais, o valor subiu para R$ 576 milhões, ou seja, 70% a mais que os 25% permitidos pela lei.

• O valor total da obra atingiu R$ 1,3 bilhão, em razão de outros custos que encareceram a obra, como as desapropriações.

• Há indícios de desvio de dinheiro para contas no exterior, para superfaturamento da obra e das desapropriações, pelo ex-diretor do Dersa, Manfred Albert Von Richthofen, assassinado por sua filha, Suzane Richthofen, e pelos irmãos Cravinhos.


Mas isso ainda não é tudo:



Caso da concessão de rodovias paulistas

• Em 2002, documentos de posse do MP confirmam a fraude na licitação do grupo Viaoeste (posteriormente CCR), que venceu a concessão da rodovia Castelo Branco. Houve um esquema entre o grupo que iria vencer e o que de fato ganhou o leilão.

• Essas práticas foram registradas em um contrato que exigia pagamento de mais de R$ 200 milhões a época (em valores atuais algo como R$ 400 milhões), pagos ao longo de 20 anos.

• Este esquema pode ter gerado um prejuízo de mais de R$ 1 bilhão ao Estado, pois ele se estendeu para as outros 11 lotes de rodovias concedidas.

• Recentemente, o Ministério Público conseguiu a condenação desta prática na justiça.

• As concessionárias que operam as rodovias paulistas (Autoban, Viaoeste, Autovias, Intervias, Renovias, Ecovias, etc.) já tiveram um lucro líquido de R$ 4,8 bilhões, obtido através da cobrança do pedágio mais caro do Brasil.


A CORRUPÇÃO NO ESTADO DE SÃO PAULOPROPINA DA ALSTOM AJUDOU A BANCAR REELEIÇÃO DE FHC


:

Os R$ 3 milhões arrecadados por Andrea Matarazzo foram usados na contabilidade paralela do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na disputa presidencial de 1998; planilha com o caixa dois foi montada pelo ex-tesoureiro de campanha Luiz Carlos Bresser Pereira, que confirmou o papel de Matarazzo na arrecadação extraoficial; informações fazem parte de denúncias publicadas por (pasmem) a revista Veja e a Folha de S. Paulo; áulicos do PSDB, como Reinaldo Azevedo, se esforçam para dizer que Matarazzo não tinha o “domínio do fato”; para FHC, PT e PSDB não são “farinha do mesmo saco”

13 DE AGOSTO DE 2013 ÀS 08:51



247 – O arquivo digital de publicações como Folha de S. Paulo e a própria Veja permite juntar os pontos e conectar as propinas pagas pela Alstom no Brasil ao caixa dois da campanha presidencial do PSDB em 1998, que reelegeu Fernando Henrique Cardoso. Nessa trama, um dos personagens centrais é o vereador Andrea Matarazzo, que foi recentemente indiciado pela Polícia Federal, mas alega inocência e vem sendo ardorosamente defendido por áulicos do PSDB, como o blogueiro Reinaldo Azevedo.
Matarazzo desponta nesse jogo numa reportagem da Folha de S. Paulo de 12 de novembro de 2000, assinada pelos jornalistas Wladimir Gramacho e Andrea Michael. “Documento revela doações não registradas para a campanha de FHC”, diz o título do texto, que foi uma das manchetes principais da Folha naquele dia (leia aqui a íntegra).
Segundo a reportagem, pelo menos R$ 10,1 milhões não foram declarados ao Tribunal Superior Eleitoral. E as informações vinham de uma planilha feita pelo ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira, que foi o tesoureiro das duas campanhas presidenciais de FHC.
Dos R$ 10,1 milhões, a maior parte, segundo a planilha de Bresser Pereira, havia sido arrecadada por Matarazzo. Eis o que diz a reportagem:
A maior doação não declarada ao TSE, de R$ 3 milhões, é atribuída pela planilha ao hoje ministro Andrea Matarazzo, da Secretaria de Comunicação da Presidência. Dinheiro sem procedência nem destino conhecidos, de acordo com o documento.
“Não pode ser. Não conheço a planilha. Não tenho idéia. Muito menos valores desse tamanho”, reagiu Matarazzo. “Eu não fui arrecadador. Não me ponha como arrecadador. Fiz alguns jantares com empresários. E só”, rebateu o ministro.
Seus colegas de campanha dizem coisa diferente. “O Andrea também foi (arrecadador), no começo”, lembra Bresser. “Havia uma certa competição, talvez em função da vontade dele de ir para Brasília”, conta o publicitário Luiz Fernando Furquim, outro coletor.
Ou seja: embora Matarazzo tenha negado agir como arrecadador, seu papel nesse trabalho de levantar recursos foi confirmado pelo próprio Bresser Pereira e pelo publicitário Luiz Fernando Furquim.
Diante da gravidade da denúncia da Folha, a própria Veja decidiu repercutir o caso. E o fez numa reportagem do jornalista Alexandre Oltramari, de 22 de novembro de 2000.
No texto “O caixa dois de volta à luz”, Veja não fez contorcionismos retóricos para negar o caixa dois na campanha de FHC – uma vez que o próprio tesoureiro de campanha, Bresser Pereira, o confirmara. O que Veja fez foi afirmar que outros partidos, como o PT, subestimaram os seus gastos (leiaaqui a íntegra).
A reportagem de Oltramari não poupa Andrea Matarazzo, acusado de mentir à revista. Eis um trecho da reportagem, a partir do subtítulo autoexplicativo “Que teve, teve”:
Que teve, teve – Num primeiro momento, os tucanos, atingidos pela denúncia, ensaiaram uma versão de que a planilha do caixa dois podia não ser verdadeira. Após receber um telefonema de Fernando Henrique, no qual o presidente demonstrava preocupação com a notícia, Bresser Pereira tentou explicar-se. Admitiu ser o dono da planilha e contou que seu irmão, Sérgio Luiz, o ajudou no trabalho, porém afirmou que ela foi alterada. “Eu montei uma planilha, mas abandonei o sistema depois de dois meses porque não funcionava”, disse o ex-ministro. “Não houve gastos nem receitas que não foram contabilizados. Não sei explicar de onde saiu isso.” A ordem no Planalto era para que ninguém no governo comentasse o assunto. No apartamento de Bresser, em São Paulo, os empregados avisavam aos jornalistas que ele viajara para os Estados Unidos. O ministro Andrea Matarazzo, que aparece na lista do “por fora” com uma doação de 3 milhões de reais, mandou seus assessores dizer que tinha ido para a fazenda e estava “incomunicável”. Puro teatro. Nem Bresser havia embarcado para os Estados Unidos nem Matarazzo estava “incomunicável”.
No final da semana, ninguém tinha mais dúvida de que a planilha revelava o caixa dois da campanha. Além de Bresser Pereira, outras duas pessoas tinham acesso à contabilidade da campanha de Fernando Henrique: o ex-presidente dos Correios Egydio Bianchi e Adroaldo Wolf. Em conversa com VEJA, um deles admitiu que a campanha, de fato, usou a contabilidade paralela. “Que teve uma contabilidade paralela, eu não tenho dúvida. O que eu não sei é se desviaram o dinheiro ou se não declararam para proteger a identidade do doador”, diz um dos tesoureiros. Na quarta-feira passada, falando de seu apartamento em São Paulo, Bresser desabafou: “Não posso ser responsabilizado por tudo que ocorreu de alto a baixo na campanha”, disse. “Se alguém recebeu dinheiro e não registrou, como eu posso saber?” Entre os tucanos, o nome de Egydio Bianchi, que entrou no governo pelas mãos do ex-ministro Sergio Motta, circulava como o principal suspeito de ter vazado as planilhas com o caixa dois da campanha. Demitido dos Correios há quatro meses pelo ministro Pimenta da Veiga, das Comunicações, Bianchi saiu atirando. Chegou a ter um encontro com Fernando Henrique no qual torpedeou a administração de Pimenta da Veiga e prometeu entregar um dossiê com acusações.
Em 2008, depois que eclodiu o escândalo internacional das propinas da Alstom, pela primeira vez, a imprensa brasileira associou a multincional francesa a doações de campanha para o PSDB. Isso foi feito na reportagem “Caixa dois de FHC citava empresas da Alstom”, de José Ernesto Credendio, Mario Cesar Carvalho e Andrea Michael (leia aqui a íntegra). Leia aqui um trecho:
Duas empresas do grupo francês Alstom são citadas nas planilhas eletrônicas do comitê financeiro do PSDB que deveriam abastecer o caixa dois da campanha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à reeleição, em 1998. As empresas são a Cegelec e a ABB.
As planilhas, tornadas públicas em 2000, atribuem ao atual secretário de Subprefeituras de São Paulo, Andrea Matarazzo (PSDB), então secretário de Energia do Estado, a missão de buscar recursos junto a empresas. As estatais de energia eram os principais clientes da Alstom no governo de São Paulo. 
Porém, não era atribuída à Cegelec e à ABB nenhuma meta de arrecadação. A planilha também não informa se elas deram dinheiro ao PSDB. Em 1998, Matarazzo acumulou o cargo de secretário com o de presidente da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), justamente uma das principais clientes da Alstom.
Memorandos internos trocados em 1997 entre diretores da Alstom, na França, apreendidos por promotores da Suíça, dizem que seriam pagas “comissões” para obter negócios com o governo paulista.
Num desses memorandos, um diretor da Cegelec em Paris diz estar disposto a pagar 7,5% para obter um contrato de R$ 110 milhões da Eletropaulo.
A Alstom comprou a Cegelec justamente naquele ano.
Os papéis citam que a comissão seria dividida entre “as finanças do partido”, “o tribunal de contas” e “a Secretaria de Energia”. A Eletropaulo era subordinada até abril de 1998 à pasta dirigida por Matarazzo.
Por essas e outras razões, Andrea Matarazzo foi indiciado pela Polícia Federal, que usou, inclusive, a teoria do domínio do fato para incriminá-lo. Os indícios são mais do que veementes e conectam as propinas da Alstom ao caixa dois da campanha de FHC, que foi admitido pelo próprio tesoureiro Bresser Pereira.
No entanto, num post publicado ontem, o blogueiro Reinaldo Azevedo dá mais um piti em defesa de Matarazzo (leia aqui). Puro desespero.
Brasil247


E AFINAL? ONDE ESTÁ O DINHEIRO DESVIADO DOS COFRES DO ESTADO???


É PRECISO ACABAR COM ESSA CORRUPÇÃO!



Sandra Paulino

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