domingo, 17 de abril de 2011

encontro do jornalista Mário Cesar Carvalho (de branco) com o Secretário de Segurança, no Shopping Higienópolis, no dia 25 de fevereiro

JOÃO ALKIMIN DENUNCIA A ESPÚRIA RELAÇÃO DE FERREIRA PINTO COM O JORNALISTA MÁRIO CESAR CARVALHO
Dados sigilosos sobre a violência em São Paulo

por João Alkimin
A nossa função como comunicadores é levar a notícia às pessoas, expondo os fatos, ainda que alguns pretendam escondê-los.Durante três anos, no nosso programa Show Time, eu e o jornalista Percival de Souza criticamos duramente o senhor Túlio Kahan por sequer fornecer as estatísticas ao Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo do qual ele mesmo fazia parte. Daí não permitirmos que a sua atitude de agora seja utilizada como alavanca a serviço de interesses pessoais.Muita gente sabe que existe uma espécie de “guerra” entre o atual Secretário Ferreira Pinto e seu antecessor Saulo de Castro. Algo considerado normal, desde que não tenha envolvido a liberação de documentos considerados sigilosos.Há quanto tempo o senhor Ferreira Pinto é o Secretário Estadual de Segurança Pública? Somente agora descobriu as falcatruas?Se sabia e calou-se, é conivente. Se não, é incompetente, já que o senhor Tulio Kahan ocupava uma sala a seu lado, no mesmo prédio. Na segunda-feira passada, dia 28, o brilhante jornalista Mário Cesar Carvalho publicou uma matéria devastadora, inclusive com diversos gráficos considerados sigilosos, dando conta de que Túlio Kahan passou informações privilegiadas à entidades particulares violando os seus deveres funcionais
Não se comenta, entretanto, que na sexta-feira anterior, no dia 25, o Secretário de Segurança Pública encontrou-se com Mário Cesar Carvalho, no Shopping Higienópolis, às 19h30min.
Se foi para uma entrevista, por que o Secretário de Segurança não usou seu gabinete, preferindo o Starbuck Café para falar com jornalista?
O encontro foi registrado pelas câmeras do sistema de segurança do Shopping e várias pessoas já conseguiram cópia da fita.
Se o atual secretário deseja manter-se no cargo deve cuidar dos desmandos que ocorrem na Polícia Civil, principalmente em face da Corregedoria Geral e sua atuação que despreza as normas regimentais e do Direito, como no caso daquela escrivã de polícia que teve suas vestes arrancadas numa verdadeira sessão de tortura, na Delegacia de Parelheiros, na zona sul de São Paulo. O fato ganhou a mídia nacional e chocou a população brasileira.
O atual Secretário não deve e não pode transferir à Polícia Militar atribuições da Polícia Civil onde a autoridade policial é o delegado de polícia.
Ele é o único que decide se há fragrante, se haverá Boletim de Ocorrência, se abrirá inquérito ou se as partes serão dispensadas.
Essas atribuições não são do policial militar soldado ou oficial graduado sob pena de serem consideradas ilegais e inconstitucionais, ainda que nelas possa estar envolvido o próprio Secretário da Segurança do Estado de São Paulo.
Assim sendo, se exige a atuação do Ministério Público e providências da Assembléia Legislativa no sentido de se apurar como gráficos considerados sigilosos foram parar nas mãos de um jornalista.
O momento vivido pela Polícia Civil é ruim e não pode continuar. A Instituição tem que parar de ser tratada como valhacouto de marginais.
Maçãs podres existem no Judiciário, no MP, no Executivo, no Legislativo, na Polícia Militar, na Polícia Civil e outros setores. Todavia, é preciso reconhecer que a maioria dos homens e mulheres na atividade policial são honrados. Conheço muitos e tenho orgulho em tê-los como amigos. Nessa oportunidade, os defendo.
João Alkimin é radialista – showtime.radio@hotmail.com                                        Foto comprova o encontro do jornalista Mário Cesar Carvalho (de branco) com o Secretário de Segurança, no Shopping Higienópolis, no dia 25 de fevereiro.
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