Corregedoria da Polícia Civil de SP investiga policiais-empresários donos de firmas de segurança
Este blogueiro recebeu esta informação: está na mesa da corregedora da polícia civil de SP uma investigação contra delegados e investigadores que são donos de empresas de segurança particulares ou que trabalham para empresas privadas como gerentes de segurança em horários que deveriam estar em distritos policiais trabalhando como servidores públicos.
A investigação é desdobramento de um dossiê que foi distribuído à imprensa paulistana uns dois meses atrás com informação, fotos e documentos anexos e que chegou à corregedoria alguns dias atrás. Conta o dossiê que um grupo seleto de delegados e investigadores montaram empresas que “vendem” seus serviços para empresas, condomínios, hotéis e para o próprio governo do Estado.
Isso mesmo, amigos do Imbroglione: existem empresas, que pertencem a policiais, que têm contratos milionários com o governo de São Paulo na área de segurança.
Comos os policiais não podem ter em seu nome próprio nas referidas empresas, as mesmas estão registradas na Junta Comercial em nome de terceiros, como irmãos, mulheres e sócios desses camaradas. Mas um delegado que não tem empresa e revoltado com a situação fez esse dossiê e mandou para jornalistas de todos os órgãos de imprensa, claro, sem assiná-lo, porque sabe as consequências, mostrando as coisas detalhadamente.
Tem um delegado, por exemplo, que já possui mansão na Flórida, para onde viaja frequentemente com a famílias. Certamente porque seus contratos com o poder público paulista prosperaram e estão dando muito lucro.
Outro policial é dono de um helicóptero, brinquedinho que custa caro e que é muito requisitado por amigos e clientes.
Aliás, esse negócio de segurança particular é uma seara que merece uma investigação amiúde das instâncias competentes: corregedoria da polícia, Polícia Federal, Ministério da Justiça. Essas empresas proliferaram num país que é o paraíso da insegurança pública, onde 40 mil pessoas são assassinadas por ano, onde assaltos, roubos, sequestros são a rotina das páginas dos jornais e dos programas de TV como uma mercadoria farta e fácil.
Aliás, o ovo da serpente parece que está chocando para todos. Hoje, a Folha de S. Paulo traz reportagem denunciando que uma empresa de segurança contratada pelo PT para fazer a segurança da pré-candidata Dilma Rousseff atua de forma irregular em Brasília. A empresa se chama Grupo CR 5 Brasil Segurança, com sede em SP. Segundo a reportagem, essa empresa recebeu R$ 3,1 milhões de órgãos do governo federal entre 2008 e 2009 por seus serviços prestados. Isso mesmo, o governo do PT paga milhões de dinheiro público para uma empresa que está irregular.
O dono dessa empresa é identificado como Cassiano Rodrigues de Oliveira, que é ou foi diretor-jurídicio do sindicato das empresas de segurança privada de São Paulo, pois aparece em documentos assinados pelo sindicato, mas não aparece na relação da diretoria atual. A empresa contratada pelo PT não tem site ou portal na internet, o que chama a atenção.
E outro absurdo vem do ninho dos tucanos paulistas. A mesma Folha traz a denúncia: 40 dias depois de deixar oficialmente o governo de São Paulo, José Serra tem usado estrutura do Estado em sua pré-campanha a presidente. O ex-governador, que transmitiu o cargo para o vice Alberto Goldman em 6 de abril, conta com policiais militares na sua segurança. Em São Paulo, ele e seu staff têm ido a eventos em carros oficiais. Além disso, os gastos com combustível e celular usados pela equipe de segurança também ficam a cargo do governo. Tudo isso pago com o dinheiro que eu, você e outros milhões de paulistas recolhemos aos cofres públicos em forma de impostos e taxas. Assim é fácil ser político: usando dinheiro público.
Aqui neste caso, quem tem de tomar providências é a Justiça Eleitoral e o Ministério Público Eleitoral ou deixe nas mãos dos eleitores em 3 de outubro. Isso pode ser uma vergonha ou um escândalo. Escolha você o melhor adjetivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Atenção: seu comentário mostra o seu próprio caráter, portanto, serão benvindos todos os que queiram acrescentar opiniões sobre as postagens, com liberdade e responsabilidade. Lembre-se: a internete não é tão livre quanto parece!