De entrevista concedida ao jornal O Estado de São Paulo, em 23/08/09, pelo prof. Salvador Ghelfi Raza, especialista em planejamento estratégico e de segurança. Diretor do Centro de Tecnologia, Relações Internacionais e Segurança (CeTRIS).
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Qual é a principal ameaça para a segurança da América Latina?
O esgarçamento do tecido social é o maior risco regional. O frágil equilíbrio de segurança da América Latina é mantido pela pressão que certos valores sociais exercem para impedir a erupção generalizada de grupos marginais violentos e de outras organizações que exercem sua intenção política por meios violentos de forma muito mais sofisticada do que todos aqueles que já vimos no Brasil.
Onde senhor localiza esses movimentos?
Já existem na America Central mais de 300 mil jovens militantes integrados a esses grupos marginais. São os "mareros". É o flagelo social máximo de El Salvador, Guatemala e Honduras. Se esse movimento chegar ao Brasil - e posso dizer que já está a caminho - não haverá polícia que o contenha. Nem com a ajuda das Forças Armadas. As gangues cariocas e paulistas não chegam nem perto da capacidade destruidora dessa gente. Essa nefasta condição de insegurança alimenta o tráfico de drogas, de armas e de pessoas que sustenta a nova guerrilha emergente na América Latina.
Os governos não reagem a essa situação?
Ambos os fenômenos estão lastreados na corrupção política. Nunca houve tanta corrupção na região. E também nunca houve tanta omissão com relação à corrupção. A inércia frente a essa perversão contamina a sociedade. Quando a infecção romper o tecido social teremos uma nova explosão de violência na America Latina “
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